Faz hoje 18 anos
que partiste… a meio da noite anunciaram-me que não estavas mais connosco.
Na realidade, há
muito que não estavas. Permanecia apenas uma sombra distorcida da pessoa que
tinhas sido.
Fui-te perdendo sem saber que te perdia.
Mas há 18 anos,
até sem essa sombra fiquei.
Hoje, a saudade
atingiu a maioridade, mas não a independência – ainda mora aqui comigo!
Olhando para
trás, a maturidade do presente queria voltar atrás e revisitar a (i)maturidade
do passado e dizer o quanto gosto de ti e quanto quero que estejas na minha
vida.
Sinto falta do
que não vivemos. Não conheces os meus filhos e isso é uma falha grave cujo
responsável é o tempo e a sua urgência.
Achei que nunca
partirias, que nunca me irias deixar. Ou achei que só o farias mais tarde… fiz
mal as contas, esqueci-me que entrei tarde na tua vida!
Cinco anos após a
tua partida, vi-te voltar para mim. Estavas como sempre te conheci – elegante e
distinto.
Vieste porque
sabias que eu estava de coração rasgado. Entraste nos meus sonhos,
reconfortaste-me e prometeste que iria ficar tudo bem.
Para teres a
certeza que eu prestei atenção quando me revisitaste, dei o teu nome ao teu
neto. Dar o teu nome ao meu filho foi a forma de perpetuar o teu regresso.
Que bom foi
ter-te de volta!
Hoje, a saudade
atingiu a maioridade...
...apenas ficou maior, não passou, nem foi embora!