terça-feira, 22 de novembro de 2016

Quando a saudade atinge a maioridade

Faz hoje 18 anos que partiste… a meio da noite anunciaram-me que não estavas mais connosco.
Na realidade, há muito que não estavas. Permanecia apenas uma sombra distorcida da pessoa que tinhas sido. 

Fui-te perdendo sem saber que te perdia.

Mas há 18 anos, até sem essa sombra fiquei.

Hoje, a saudade atingiu a maioridade, mas não a independência – ainda mora aqui comigo!

Olhando para trás, a maturidade do presente queria voltar atrás e revisitar a (i)maturidade do passado e dizer o quanto gosto de ti e quanto quero que estejas na minha vida.
Sinto falta do que não vivemos. Não conheces os meus filhos e isso é uma falha grave cujo responsável é o tempo e a sua urgência.

Achei que nunca partirias, que nunca me irias deixar. Ou achei que só o farias mais tarde… fiz mal as contas, esqueci-me que entrei tarde na tua vida!

Cinco anos após a tua partida, vi-te voltar para mim. Estavas como sempre te conheci – elegante e distinto.
Vieste porque sabias que eu estava de coração rasgado. Entraste nos meus sonhos, reconfortaste-me e prometeste que iria ficar tudo bem.
Para teres a certeza que eu prestei atenção quando me revisitaste, dei o teu nome ao teu neto. Dar o teu nome ao meu filho foi a forma de perpetuar o teu regresso.

Que bom foi ter-te de volta!

Hoje, a saudade atingiu a maioridade...
...apenas ficou maior, não passou, nem foi embora!